Segurar inflação sem causar recessão global é o desafio dos Bancos Centrais, analisa ex-diretor executivo do FMI

Durante o processo de recuperação econômica pós-pandemia, a inflação se consolidou como um fenômeno generalizado que levou Bancos Centrais pelo mundo a decidirem por apertos monetários maiores, o que gera um risco de recessão global.

Para Otaviano Canuto, ex-diretor do Fundo Monetário Internacional (FMI) e ex-vice-presidente do Banco Central, o risco de recessão é inevitável. 

Segundo dados divulgados em abril, pelo Departamento de Trabalho dos Estados Unidos, a inflação acumulada em 12 meses chegou a bater 8,5%, o maior patamar desde 1981.

“Essas economias têm estado superaquecidas pelo lado da demanda. Esse é o caso principalmente dos Estados Unidos, que a inflação deixou de ser um fenômeno associado ao aumento de preços daqueles segmentos associados à pandemia e passou a se tornar generalizada”, explica Canuto.

Segundo ele, o que está em questão é a estabilidade financeira dos países.”Não há alternativa a algum tipo de aperto na política monetária para tentar trazer a demanda para baixo”. 

Para Canuto, os bancos centrais estão caminhando meio no escuro tentando encontrar a intensidade suficiente do aperto para segurar a inflação sem que isso provoque uma recessão e o desafio aí.

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